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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Novidades em terapia contra hepatite C

A exemplo do que se faz no tratamento do paciente com HIV, um ‘coquetel’ será utilizado contra a doença a partir do ano que vem



O cenário da hepatite C vive um momento importante, com o desenvolvimento de novas terapias contra a doença. Neste contexto, o 1º Simpósio Latino-americano de Drogas Antivirais Contra o VHC, que acontece de 3 a 5 de dezembro, em São Paulo, traz todas as novidades com os maiores expoentes no assunto e coloca o Brasil como protagonista entre os países da vanguarda científica.

“Este momento só tem precedentes com o início da terapia HAART (‘coquetel’) para o HIV. Temos que tirar proveito das lições aprendidas no manejo do HIV para que possamos maximizar o uso dessas novas drogas que em breve estarão disponíveis em sua primeira onda, os Inibidores da Protease do VHC”, comemora o infectologista Evaldo Stanislau de Affonso Araújo, presidente da comissão organizadora do evento.

Os medicamentos devem estar disponíveis nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2011. No Brasil, a expectativa é que o ‘coquetel’ seja disponibilizado entre o segundo semestre do ano que vem e o primeiro de 2012.

A idéia para o simpósio latino-americano surgiu da parceria entre o Departamento de Virologia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e o Laboratório de Hepatites da DMIP (Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias) da Universidade de São Paulo e do convívio com a comunidade de pesquisadores. Estreitar o contato destes profissionais com os centros de pesquisa e assistência no Brasil é um dos objetivos do encontro, que deve se repetir a cada dois anos.



Globalização

Reunir profissionais de renome dos Estados Unidos, Canadá e Europa foi um dos desafios, segundo a organização do evento. A integração, as parcerias já estabelecidas ao longo de tantos anos e a globalização facilitaram essa feliz união. Além disso, recentemente, evidenciou-se a importância da genética, distinta entre as diferentes etnias, como fator chave da terapia. Isso aumenta a relevância das colaborações internacionais, já que a globalização incrementa a circulação das pessoas ao redor do mundo e potencialmente pode representar uma fonte para rápida disseminação de cepas do VHC, mais resistentes a esses novos compostos.

Assim, pesquisadores, médicos e professores brasileiros assumiram um papel de liderança neste intercâmbio com profissionais da América Latina.

Temas abrangentes na programação deixam claro que todas as nuances sobre a doença e suas terapias serão abordadas. Um destaque será o espaço para os pacientes expressarem as suas expectativas. Além disso, o Ministério da Saúde foi convidado para também expor seus planos nessa nova área estratégica.



Cenário e resistência

A hepatite C continua como uma causa crescente de mortalidade por cirrose e suas complicações, mantém-se na liderança das mortes entre a população com HIV e, ainda segue longe da perspectiva de uma vacina. A terapia atual, bastante limitada na eficiência e segurança, sofrerá uma revolução com o advento do ‘coquetel’ anti-hepatite C.

A resistência do vírus aos novos compostos e o manuseio da toxicidade do tratamento são os grandes desafios deste novo momento. Mas as perspectivas para o futuro são excelentes, apesar das dificuldades que sempre acompanham mudanças significativas. Em tese, o sucesso com a terapia aumentará significativamente: dos atuais 50% para até 75%. Além disso, a possibilidade do retratamento de pacientes que não respondem ao interferon desta vez mostra-se promissora.

Para os próximos anos, mais alguns desafios serão enfrentados, como o tratamento dos infectados pelo genótipo 3 do VHC, que só deve ser solucionada com os inibidores de polimerase e outros compostos, ainda em desenvolvimento. Outras drogas associadas aos antivirais permitirão, em poucos anos, tratamento sem interferon, o que constitui avanço, dada a toxidade (efeitos colaterais) desta medicação. “Destaco ainda a perspectiva da chegada do interferon lambda que, além de preservar as ações terapêuticas do interferon alfa, é desprovido de efeitos hematológicos adversos. Durante este evento teremos informação ultra-atualizada sem sair do Brasil”, conclui o médico.



Serviço

Simpósio Latino-americano de Drogas Antivirais Contra o VHC

Data: 3 a 5 de dezembro de 2010

Local: Auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 455 - Cerqueira César
CEP: 01246903 - São Paulo - SP - Brasil
Telefone: (11) 3061-7000
Inscrições pelo site: http://www.statcla2010.com.br/

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