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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Fotografia Plus Size resgata autoestima feminina

Procura por ensaios fotográficos tem aumentado durante a pandemia



Quando foi a última vez em que você se olhou no espelho e se sentiu bem consigo mesma? O isolamento social abalou a autoestima de muitas mulheres. Não tem sido fácil ficar o dia todo em casa, coberta de tarefas e responsabilidades, sem poder tirar um tempo para si – o autocuidado é um privilégio de poucas.

A fotógrafa Adriana Líbini sabe disso muito bem. Há 10 anos, ela faz ensaios com mulheres que buscam recuperar sua autoestima e se especializou em fotografia Plus Size desde 2012. Em tempos de pandemia, ela tem realizado até oito ensaios por mês, o dobro do que costumava fazer antes. Ela atribui esse aumento justamente à necessidade de recuperar o “eu” em meio ao caos. “Muita gente sentiu a necessidade de trabalhar a saúde mental, e o bem-estar está, de certa forma, ligado a isso. Poder olhar para si mesma nesse momento é fundamental para encarar o dia a dia, e o que faço no meu trabalho é dar essa possibilidade para milhares de mulheres”, afirma a profissional.

“A mulher que entra não é a mesma que sai” - Em sua experiência profissional, Adriana relata as mais diversas histórias, justamente pela consolidação de seu trabalho junto às mulheres. Muitas a procuram para reescrever um capítulo de suas vidas ou dar início a uma nova jornada. É o caso de mulheres com histórico de relacionamentos abusivos, depressão e outras feridas físicas ou psicológicas. “Chegam todas tímidas, inseguras, ficam nervosas na frente das câmeras. Mas, com muita atenção, acolhimento e conversa, vou deixando-as mais à vontade, confiantes de si mesmas”, explica a fotógrafa.

Os ensaios começam com uma sessão de maquiagem e preparação do cabelo. Após a troca de roupas, é hora dos cliques. Todo o processo dura entre três e quatro horas, com até cinco figurinos, e vai evoluindo conforme a desenvoltura da modelo. “Geralmente, as primeiras imagens são mais casuais, mas deixamos a modelo ditar o ritmo do ensaio. Vamos percebendo juntas se ela topa fazer fotos mais sensuais, ousando pouco a pouco, se ela estiver confortável com isso.”

Tudo é feito como um encontro entre amigas, relata a fotógrafa. Assim que começam os cliques, inicia-se também uma transformação. A cada pose, nasce uma nova mulher. “A mulher que entra no estúdio não é a mesma que sai”, destaca.

Expressão de si mesma - Seja ao estilo Pin-up – as clássicas modelos 1950 –, urbano, inspirado nos hippies dos anos 1970 ou mesmo vestindo trajes sociais, os ensaios fotográficos são uma expressão da individualidade. “Hoje, depois de tantos cliques e flashes, descobri que beleza é algo para todas. Com a fotografia de Moda Plus Size, percebi que toda mulher merece ser o que desejar: sem rótulos, sem padrão de beleza e preconceitos”, declara.

A fotógrafa Adriana Líbini e sua equipe, de outras duas pessoas, têm tomado todo o cuidado para que as sessões, além de especiais, sejam seguras. Devido à pandemia de Covid-19, os horários estão mais espaçados e há apenas uma cliente por período. Todos da equipe usam máscaras e há frascos de álcool em gel espalhados pelo estúdio. As maquiagens são esterilizadas e a maquiadora utiliza a técnica de airbrush, que permite ter menos contato do pincel com a pele da cliente.

Para saber mais, acesse o site www.adrianalibini.com.br.

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domingo, 1 de novembro de 2020

Apoio mental pelas plantas


Por meio da Biofilia e Silvoterapia, o paisagismo se mostra um verdadeiro aliado contra ansiedade e depressão




A mudança brusca gerada pela pandemia do Covid-19 teve consequência graves também na saúde mental dos brasileiros. Segundo um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet, os casos de depressão aumentaram 90% e os de ansiedade e estresses agudo mais que dobrou.

Saulo Ribeiro, psicólogo e designer de interiores, explica que tudo isso vem acompanhado do medo e insegurança que o momento nos traz. “Estamos presos em casa, perdemos contato com quem amamos e gostamos, não poder sair gera também um desconforto, sintomas de perda, de falta. Além disso, o convívio geral na pandemia também teve como consequência o aumento de brigas familiares e agressões domésticas o que, obviamente, impactam bastante no bem-estar das pessoas”, explica o psicólogo.

Para reencontrar o equilíbrio físico e mental, a natureza – que já fez parte de 99% da vida humana, mas que hoje representa apenas 9% - volta a ganhar relevância. “Hoje temos a neuroarquitetura, e dentro dela temos a biofilia, que é justamente a capacidade inapta de nos sentirmos bem na natureza”, elucida Saulo que indica aos seus pacientes o uso e cuidado das plantas como forma de auxiliar no combate as doenças da mente.

O nome Biofilia não é algo que esteja dentro do senso comum das pessoas, mas o desejo pelo contato da natureza sim. A paisagista Nãna Guimarães, que viu sua demanda por projetos paisagísticos dobrar nesta pandemia, explica exatamente o que os clientes costumam pedir. “As pessoas vêm até a mim buscando melhorar a paisagem da casa. Existem muitos pedidos para a colocação de jardins verticais com a intenção de alegrar o lar, tirar o estresse”, salienta.

Não só as plantas, mas tudo aquilo que a envolve como a terra, o ar puro e a água que utilizamos para molhá-la faz bem. A ciência comprova que quando estamos em contato com o verde, em espaços mais naturais, nos sentimos revigorados, os corpos estão programados para se sentirem plenos naquele ambiente. “Sempre que nós encontramos em uma situação de estresse ou precisamos tirar férias, pensamos em estar perto da natureza. Quando queremos descansar, pensamos na natureza. É inconsequente, mas sabemos que ali nos sentimos bem. É onde o corpo e a alma podem descansar”, indica Nãna.

De acordo com o psicólogo, a conexão direta com a natureza, gera uma resposta entre nosso corpo e cérebro, pois estamos retornando para onde sempre fomos pertencentes. “Quando a natureza está presente no ambiente, em trabalhos e escritórios, por exemplo, a produtividade, a qualidade de vida e a atividade são melhores. Isso faz com que a própria natureza sirva como uma ótima ferramenta de cura. É importante estabelecer uma conexão do nosso ambiente de trabalho com o ambiente natural, que potencializam nossos sentimentos positivos, como a alegria, tranquilidade e afeição, ao contrário dos ambientes fechados. A sensação de bem-estar faz com que nosso cérebro produza neurotransmissores que serão positivos com a nossa saúde”, cita Saulo.

Outra forma de trazer um alívio mental é a prática da Silvoterapia que nada mais é que do que o simples ato de abraçar árvores com intuito de recarregar as energias. A paisagista Nãna Guimarães explica que cada tipo de árvore pode provocar agradáveis e diferentes sensações. “Ipê, Jatobá, madeiras de lei, por conta da dureza dessas madeiras, espalham determinação e coragem. Tem também o Pau Ferro, Mogno, que vão passar mais força em questão de fragilidade emocional, ajuda na animação, depressão. Abraçar o Eucalipto, por exemplo, que é uma árvore que cresce individualmente, não deixa que outras árvores se desenvolva em volta dela, por ser pouco sociável, por viver sozinha em campos, ela nos tornam mais fortes. Para cada situação, terá uma árvore com as energias necessárias para te fazer bem. Basta se permitir”, encerra Nãna


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