Por meio da Biofilia e Silvoterapia, o paisagismo se mostra um verdadeiro aliado contra ansiedade e depressão
A mudança brusca gerada pela pandemia do Covid-19 teve consequência graves também na saúde mental dos brasileiros. Segundo um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet, os casos de depressão aumentaram 90% e os de ansiedade e estresses agudo mais que dobrou.
Saulo Ribeiro, psicólogo e designer de interiores, explica que tudo isso vem acompanhado do medo e insegurança que o momento nos traz. “Estamos presos em casa, perdemos contato com quem amamos e gostamos, não poder sair gera também um desconforto, sintomas de perda, de falta. Além disso, o convívio geral na pandemia também teve como consequência o aumento de brigas familiares e agressões domésticas o que, obviamente, impactam bastante no bem-estar das pessoas”, explica o psicólogo.
Para reencontrar o equilíbrio físico e mental, a natureza – que já fez parte de 99% da vida humana, mas que hoje representa apenas 9% - volta a ganhar relevância. “Hoje temos a neuroarquitetura, e dentro dela temos a biofilia, que é justamente a capacidade inapta de nos sentirmos bem na natureza”, elucida Saulo que indica aos seus pacientes o uso e cuidado das plantas como forma de auxiliar no combate as doenças da mente.
O nome Biofilia não é algo que esteja dentro do senso comum das pessoas, mas o desejo pelo contato da natureza sim. A paisagista Nãna Guimarães, que viu sua demanda por projetos paisagísticos dobrar nesta pandemia, explica exatamente o que os clientes costumam pedir. “As pessoas vêm até a mim buscando melhorar a paisagem da casa. Existem muitos pedidos para a colocação de jardins verticais com a intenção de alegrar o lar, tirar o estresse”, salienta.
Não só as plantas, mas tudo aquilo que a envolve como a terra, o ar puro e a água que utilizamos para molhá-la faz bem. A ciência comprova que quando estamos em contato com o verde, em espaços mais naturais, nos sentimos revigorados, os corpos estão programados para se sentirem plenos naquele ambiente. “Sempre que nós encontramos em uma situação de estresse ou precisamos tirar férias, pensamos em estar perto da natureza. Quando queremos descansar, pensamos na natureza. É inconsequente, mas sabemos que ali nos sentimos bem. É onde o corpo e a alma podem descansar”, indica Nãna.
De acordo com o psicólogo, a conexão direta com a natureza, gera uma resposta entre nosso corpo e cérebro, pois estamos retornando para onde sempre fomos pertencentes. “Quando a natureza está presente no ambiente, em trabalhos e escritórios, por exemplo, a produtividade, a qualidade de vida e a atividade são melhores. Isso faz com que a própria natureza sirva como uma ótima ferramenta de cura. É importante estabelecer uma conexão do nosso ambiente de trabalho com o ambiente natural, que potencializam nossos sentimentos positivos, como a alegria, tranquilidade e afeição, ao contrário dos ambientes fechados. A sensação de bem-estar faz com que nosso cérebro produza neurotransmissores que serão positivos com a nossa saúde”, cita Saulo.
Outra forma de trazer um alívio mental é a prática da Silvoterapia que nada mais é que do que o simples ato de abraçar árvores com intuito de recarregar as energias. A paisagista Nãna Guimarães explica que cada tipo de árvore pode provocar agradáveis e diferentes sensações. “Ipê, Jatobá, madeiras de lei, por conta da dureza dessas madeiras, espalham determinação e coragem. Tem também o Pau Ferro, Mogno, que vão passar mais força em questão de fragilidade emocional, ajuda na animação, depressão. Abraçar o Eucalipto, por exemplo, que é uma árvore que cresce individualmente, não deixa que outras árvores se desenvolva em volta dela, por ser pouco sociável, por viver sozinha em campos, ela nos tornam mais fortes. Para cada situação, terá uma árvore com as energias necessárias para te fazer bem. Basta se permitir”, encerra Nãna
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