Quando foi a última vez em que você se olhou no espelho e se sentiu bem consigo mesma? O isolamento social abalou a autoestima de muitas mulheres. Não tem sido fácil ficar o dia todo em casa, coberta de tarefas e responsabilidades, sem poder tirar um tempo para si – o autocuidado é um privilégio de poucas.
A fotógrafa Adriana Líbini sabe disso muito bem. Há 10 anos, ela faz ensaios com mulheres que buscam recuperar sua autoestima e se especializou em fotografia Plus Size desde 2012. Em tempos de pandemia, ela tem realizado até oito ensaios por mês, o dobro do que costumava fazer antes. Ela atribui esse aumento justamente à necessidade de recuperar o “eu” em meio ao caos. “Muita gente sentiu a necessidade de trabalhar a saúde mental, e o bem-estar está, de certa forma, ligado a isso. Poder olhar para si mesma nesse momento é fundamental para encarar o dia a dia, e o que faço no meu trabalho é dar essa possibilidade para milhares de mulheres”, afirma a profissional.
“A mulher que entra não é a mesma que sai” - Em sua experiência profissional, Adriana relata as mais diversas histórias, justamente pela consolidação de seu trabalho junto às mulheres. Muitas a procuram para reescrever um capítulo de suas vidas ou dar início a uma nova jornada. É o caso de mulheres com histórico de relacionamentos abusivos, depressão e outras feridas físicas ou psicológicas. “Chegam todas tímidas, inseguras, ficam nervosas na frente das câmeras. Mas, com muita atenção, acolhimento e conversa, vou deixando-as mais à vontade, confiantes de si mesmas”, explica a fotógrafa.
Os ensaios começam com uma sessão de maquiagem e preparação do cabelo. Após a troca de roupas, é hora dos cliques. Todo o processo dura entre três e quatro horas, com até cinco figurinos, e vai evoluindo conforme a desenvoltura da modelo. “Geralmente, as primeiras imagens são mais casuais, mas deixamos a modelo ditar o ritmo do ensaio. Vamos percebendo juntas se ela topa fazer fotos mais sensuais, ousando pouco a pouco, se ela estiver confortável com isso.”
Tudo é feito como um encontro entre amigas, relata a fotógrafa. Assim que começam os cliques, inicia-se também uma transformação. A cada pose, nasce uma nova mulher. “A mulher que entra no estúdio não é a mesma que sai”, destaca.
Expressão de si mesma - Seja ao estilo Pin-up – as clássicas modelos 1950 –, urbano, inspirado nos hippies dos anos 1970 ou mesmo vestindo trajes sociais, os ensaios fotográficos são uma expressão da individualidade. “Hoje, depois de tantos cliques e flashes, descobri que beleza é algo para todas. Com a fotografia de Moda Plus Size, percebi que toda mulher merece ser o que desejar: sem rótulos, sem padrão de beleza e preconceitos”, declara.
A fotógrafa Adriana Líbini e sua equipe, de outras duas pessoas, têm tomado todo o cuidado para que as sessões, além de especiais, sejam seguras. Devido à pandemia de Covid-19, os horários estão mais espaçados e há apenas uma cliente por período. Todos da equipe usam máscaras e há frascos de álcool em gel espalhados pelo estúdio. As maquiagens são esterilizadas e a maquiadora utiliza a técnica de airbrush, que permite ter menos contato do pincel com a pele da cliente.
Para saber mais, acesse o site www.adrianalibini.com.br.
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